Entro então em mundos alheios. Festas, amores, traições, famílias. Vivendo com intensidade essa variedade de histórias, de tristezas, de glórias. Sentir o cheiros, lamber os gostos, ter até orgasmos em outras peles, em outros lugares, com outras histórias.
E numa nova consulta ao relógio: 2 minutos se passaram.
Busco um território mais vasto: As possibilidades que não foram. As mil e uma noites, as mil e uma mulheres, as mil e uma músicas. Ando pelas ruas não construídas, e me sento sozinho no banco de uma praça inexistente, em alguma cidade, a mim desconhecida, da Europa Oriental. Eis que me chega o cachorro que ainda não tive. São Bernardo, com o pequeno barril ao pescoço, deita afavelmente a cabeça sobre meu colo, molhando lentamente a barra do meu casaco. Levanto e chamo meu companheiro para um passeio pelas ruas nas quais nunca andei, pra visitar minhas ex-possíveis-namoradas. E logo no primeiro ex-encontro, descemos juntos para um passeio das gondôlas que eu não conheci, com o vinho que nunca provei, doce, mas com um quê de amargo que lhe dá o sabor distinto dos vinhos caros. E naquele pôr do sol, já me encontro em cima de uma bicicleta, pedalando pelas estradas rústicas da Toscana, indo para meu vinhedo possivelmente recém adquirido.
Um ronco vem de longe.
E a visão que eu mais esperava.
E a visão que eu mais esperava.
O ônibus azul se aproxima: 0909 - Aqui e agora