Não sei onde termino
E onde começa o seu domínio
Vejo que não há limites
Pois teu domínio se estende
Sobre cada mínima parte do meu corpo
Medíocre e humano
Sei que dominas cada canto escuro,
Cada parte misteriosa
Todos os mínimos detalhes
Da minha mente vã
Está em ti o maior pedaço
Do meu coração despedaçado,
Obra da tua mão descuidada,
Que as lágrimas não colaram
Quando eu grito
Das formas mais desesperadas
Conhecidas pela humanidade
Nada se ouve
Pois minha voz está guardada
Numa caixa embaixo da tua cama
E eu a guardei aí
Para que em tuas noites solitárias
Quando nem te lembres da minha exitência
Eu possa de longe cantar
As humildes canções, nas quais tentei
Traduzir minha alma e meu amor
E eu espero que você,
Imprudente e gentil,
Ao ouvir minhas singelas notas
E minhas tortas palavras
Sinta bater em ti, novamente,
O pedaço que te dei
E que este pulsar te acalme
Para que possas dormir bem